ZAMBONI, A PAIXÃO POR AVIÕES
Os “motoristas dos céus”. A coluna hoje recorda um pouco dos pilotos garcenses e homenageia o José Zamboni Júnior, o piloto camisa 10 da “Sentinela do Planalto”. Além do que o Zamboni é mais um conterrâneo que tem orgulho em dizer que é garcense e para onde vai, alçando voos por todo o Brasil, sempre faz questão de divulgar o nome de Garça.
A paixão do Zamboni vem desde a sua infância. “Desde que me conheço por gente, tive atração por avião. Não podia ouvir um barulho de avião, que já olhava para o céu. Pode até aparecer meio esquisito, preferia ganhar presentes de aviãozinho, do que uma bola para jogar futebol, bem mais comum entre a garotada”.
Mas para entrar no mundo da aviação, não foi fácil não. “Naquela época as dificuldades eram enormes, bem mais difícil que nos dias atuais, principalmente quanto aos custos para conseguir a licença. Enquanto não completei os 18 anos, o primeiro requisito, trabalhei muito. Fui garçom, copeiro no Garça Tênis Clube, frentista no Posto Jóia, trabalhava durante o dia, a noite ia para o segundo turno. Economizei ao máximo para bancar todos os custos. Além do incentivo da minha família, entra em ação o meu tio Sidnei Hermógenes Sampaio. Este jamais vou esquecer. Só tenho que agradecer do fundo do meu coração. No ano de 1.979, ele trabalhava para a família Atala, em Jaú. Precisou se ausentar para exames médicos de rotina, e me indicou para substitui-lo. Fui fazendo o caixa, e com o acerto do Posto Jóia, arrumei todo o dinheiro para fazer o curso em Marilia. Lá fui muito bem recebido pelo Dr. Orilton Vanin, presidente do Aero Clube. Dr, Vanin vendo minha garra e determinação já me arrumou o primeiro emprego com a família Zilo fazendo voos para o Pantanal mato-grossense. Depois retornei para Garça, estou na luta até hoje. Já trabalhei para a Comercial Antonio Perez, o saudoso empresário Antonio “Biga” Marangão, a Cooperativa da Garcafé, José Herculano Ribas, onde pilotei o lendário Bonanza V-35, Jaime Nogueira Miranda e também para o filho Jaiminho, Arthur Hoffig, e a empresa R.C.G. Há cerca de 5 anos, realizei o meu maior sonho, o de trabalhar para o empresário Flávio Perez, um grande amigo do peito mesmo. E estamos aí, rasgando os “céus brasileiros” faça chuva ou faça sol. Quanto a pendurar as chuteiras? Sou vou parar mesmo, depois que o médico me obrigar.
O Zamboni conseguiu a primeira licença, de piloto privado, no ano 1.980. Atualmente é piloto comercial e IFR (voo por instrumentos), a mesma licença de uma companhia aérea, podendo pilotar até um avião Boieng. Ao longo de mais de três décadas, o palmeirense Zamboni já teve o privilégio de conhecer inúmeras celebridades, desde artistas, cantores, políticos esportistas: o “rei” Roberto Carlos, Oscar do Basquete, Chitãozinho e Xororó, o astronauta Marcos Pontes, Milionário e Zé Rico, senador Cajurú, Tais Araújo, Sérgio Reis, Ana Maria Braga, Luciano Hang e tantos outros. O Zamboni nunca teve problemas ou “levou algum susto” pilotando as aeronaves. Primeiro porque sempre priorizou a manutenção, por isto, nunca teve problemas mecânicos. Já enfrentou “mal tempo”, em condições adversas, mas com sua experiência, driblou a situação, com aquela categoria de um jogador camisa 10 do futebol brasileiro do passado.
De outro lado, o seu grande ídolo na aviação é o coronel Braga, um grande líder da memorável Esquadrilha da Fumaça. E como um bom palmeirense, o Zamboni tem como ídolo no futebol o craque Rivelino, que jogava no Corinthians.
A coluna também lembra os eternos aviadores do passado, durante a formatura da turma de pilotos do anos de 1.949. O presidente do Aero Clube de Garça, era Alberto Alves, o quinto em pé da esquerda para direita.