E você, já preencheu o álbum de figurinhas da Copa do Mundo do Catar? Não, ainda está faltando muitas figurinhas? Quem diria em tempos de internet, celulares de última geração, ainda tem público para resgatar uma tradição antiga. A febre continua em alta. E tende a aumentar com a aproximação dos jogos da copa. Tudo porque no próximo dia 20 de novembro começa a maior competição de futebol do planeta, com o jogo Catar x Equador.
Será a primeira vez na história que o torneio muda de mês, de junho/julho para novembro/dezembro. Tudo em razão das condições climáticas do rico país do Oriente Médio, porque no meio do ano as condições não são favoráveis para pratica do futebol. Para quem joga e para quem assiste. Não restou outra alternativa para a FIFA senão transferir para o final do ano.
Serão 32 países na disputa do troféu FIFA: Alemanha, Arábia, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Camarões, Canadá, Catar, Costa Rica, Coréia, Croácia, Dinamarca, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Gales, Gana, Holanda, Inglaterra, Iran, Japão, Marrocos, México, Polônia, Portugal, Senegal, Sérvia, Suíça, Tunísia e Uruguai. O Brasil, única seleção pentacampeã mundial, enfrentará: a Sérvia, no dia 24 de novembro (quinta-feira), às 16 horas. Depois a Suíça, dia 28 (segunda feira), às 13:00 horas, e fechando a fase, no dia 02 de dezembro (sexta-feira) contra Camarões, às 16:00 horas. Todos os jogos no horário de Brasília.
Uma Copa do Mundo movimenta vários setores no mundo. Um dos mais atrativos é o álbum de figurinhas. Enquanto os jogos não começam, uma verdadeira febre vem atraindo os torcedores na “caça”, as figurinhas para preencher o álbum, e guardar a relíquia para o futuro. No total são 670 figurinhas, sendo 50 especiais e mais 80 extras. Quem começa vai até o fim. Não tem coisa mais gostosa do que comprar um pacotinho, abrir e tocar nas figurinhas, torcendo é claro, para sair um craque difícil, ou uma brilhante. Com um pouco mais de sorte pode vir uma “legend gold”, quem sabe um Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo ou Mbappé. Opa e se sair repetidas? Não tem problemas. O negócio é ir para a troca, outro passatempo divertido. Em Garça três locais estão auxiliando os colecionadores, até no domingo de manhã: Loja Enéas Esporte e a Sapataria, no centro da cidade, além do Supermercado Serve Todos, próximo ao Teatro Municipal.
Nos últimos dias estivemos acompanhando “algumas trocas”. Dá gosto ver uma galera animada, reunida, muitos nem se conhecem. Uma tradição que vai passando gerações. Por exemplo, encontramos o “experiente” são paulino Edgar Souza, com mais de 70 anos, ao lado dos netos Luiz, Eduardo e Guilherme (foto), numa total interação. Também os simpáticos garotinhos Murilo e Isabela (foto), felizes, mostrando as figurinhas que acabaram de trocar. Noutro flagrante, ao nosso lado, o esperto garotinho Raphael, neto do Jorge Aranha. Enquanto eu preciso de papel e caneta para anotar as figurinhas trocadas, o Rafinha tem uma memória de fazer inveja. Ele sabe de cor e salteado as que já tem no álbum. Ele vê uma figurinha com alguém e já pede para trocar. Basta um simples olhar, nada ficar anotando
números no aplicativo do celular. Até fiz um teste. Arrumei dois jogadores da Coréia, bem parecidos. Coloquei no meio de umas 20 figurinhas e propus a troca. Rápido no manuseio, o Rafinha separou justamente o jogador da Coréia que faltava. Impressionante. E assim ele vai preenchendo o seu álbum.
HISTÓRIA DO ÁLBUM: Atualmente o mais importante e famoso álbum de figurinhas é do Grupo Panini. Tudo começou na cidade de Modena, na Itália, no ano de 1.96l, com os irmãos Giuseppe e Bruno Panini. Na Copa de 70, no México, o álbum passou a ter alcance mundial, com os cromos autoadesivos, obedecendo o mesmo formato de hoje. Historiadores relatam que o contexto de figurinhas colecionáveis vem dos séculos 19 e 20, quando surgiram as novas técnicas de impressão de imagens visuais e cartões postais.
O primeiro álbum de figurinhas no Brasil foi lançado em 1.900, de publicação da tabacaria Estrela de Nazareth, contendo 60 cromos com as bandeiras dos países do mundo. Por tradição no álbum da Panini, a figurinha 00 se trata do jogador Carlos Parola, que jogou na Juventus de Turim e Lázio, e disputou a Copa de 50 no Brasil, defendendo a Itália. Parola era ídolo dos irmãos Panini, e na foto aparece dando uma bicicleta ou um voleio, defendo um chute contra o seu gol.
RELÍQUIA DE ALBUNS: Quem não se lembra do radialista/jornalista João Alexandre Colombani? Além de palmeirense nato, gostava de colecionar álbum de figurinhas. Pois bem, ele deixou seu rico acervo para o sobrinho José Ricardo Colombani Esteves, o “Zêi” (foto). Na semana passada estivemos vendo os álbuns. Coisa mais linda, todos caprichosamente preenchidos e em perfeito estado de conservação. A coleção tem o memorável álbum da Copa 70, no México, Copa 74, na Alemanha, Copa 78, na Argentina, Copa 2014 no Brasil, Copa 2.018 na Rússia. E também um inédito e raro álbum da Seleção Brasileira, campeã mundial de 1.958. Este é histórico e fantástico. A família Esteves vem dando sequência no legado deixado pelo Colombani. Tanto o Zêi, como a esposa Luciana e o filho João Alexandre, estão empolgados, montando o álbum do Catar/22. Até porque esta coleção não pode parar.
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Wanderley “Tico” Cassolla